sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Constrito

Caminhando em uma rua de vidros quebrados que parece interminável, vejo meus pés lutando para continuar andando.
Cada corte é uma memória, uma lembrança, deixando sempre um caco dentro de mim. O rastro de sangue vai ficando para trás, como o de uma lesma que rasteja lentamente para a morte.
Já certo de que perdi muito sangue para continuar, me ajoelho e rezo pelos pecados que ainda vou cometer sem implorar por perdão, apenas para alertar Deus de que seu filho não vai voltar para casa.
Já não tenho mais medo, já não sinto mais dor. Tudo o que sinto agora é um grande vazio que toma conta de cada espaço do meu corpo.
Eu escolhi esse caminho sem volta, e estou sozinho nele.
Uma vida sem sentido para uma pessoa que sempre viu sentido em tudo.
Já não quero mais respostas, já não tenho mais perguntas. Quero apenas descansar em paz.

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