quinta-feira, 23 de abril de 2009

C A T I V A R

(Trecho de "O Pequeno Príncipe" - de Saint-Exupéry)


Bom dia, disse ele.

—Bom dia, disseram as rosas.
— Quem sois ? perguntou o príncipe
— Somos rosas.

— Ah! exclamou o principezinho...

E ele sentiu-se extremamente infeliz. Sua flor lhe havia contado que ela era a única de sua espécie em todo o universo.

E eis que haviam cinco mil, igualzinhas, num só jardim!

Depois refletiu ainda:

"Eu me julgava rico de uma flor sem igual,

e é apenas uma rosa comum que eu possuo...

Isso não faz de mim um príncipe muito grande...

" E, deitado na relva ele chorou.

Foi então que apareceu a raposa:

—Bom dia, disse a raposa.
— Bom dia, respondeu polidamente o principezinho.
— Quem és tu? Tu és bem bonita...
— Sou uma raposa, disse a raposa.
— Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste.

— Eu não posso brincar contigo, disse ela. Não me cativaram ainda

—Que quer dizer "cativar" ?
— É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
— Criar laços ?

—Tu és ainda para mim um garoto igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se
tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim ÚNICO no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
E a raposa continuou:
— Minha vida é monótona. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.

Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música.

E depois, olha!

Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil.

Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!

Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado.

O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti.

E eu amarei o barulho do vento no trigo...

— Por favor... cativa-me! - disse a raposa.

— Bem quisera, disse o principezinho. Mas tenho pouco tempo

e amigos a descobrir e coisas a conhecer.

— A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.

Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma.

Compram tudo pronto na lojas.

Mas como não existem lojas de amigos, eles não têm mais amigos.

Se tu queres um amigo, cativa-me !

— Que é preciso fazer ?

— É preciso ser paciente. Sentarás primeiro longe. Eu te olharei e tu não dirás nada.

A linguagem é fonte de mal-entendidos.

Mas cada dia sentarás mais perto... E virás sempre na mesma hora.

Se tu vens às 4, desde às 3 eu começarei a ser feliz.

Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.

Às 4 horas, então, eu estarei inquieta e agitada:

descobrirei o preço da felicidade.

Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de

preparar o coração...

Assim, o principezinho cativou a raposa.

Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

— Ah! Eu vou chorar.

— A culpa é tua, disse o principezinho. Eu não queria te fazer mal,

mas tu quiseste que eu te cativasse...

— Quis.

— Mas tu vais chorar !

— Vou.

—Então não sais lucrando nada!

—Eu lucro, por causa da cor do trigo.

—Vais rever as rosas e volta. Tu compreenderás que a tua é ÚNICA no mundo.

E ele disse às rosas:

— Vós não sois iguais à minha rosa, vós não sois nada.

— Ninguém vos cativou e nem cativastes ninguém.

—Sois como era a minha raposa, mas eu fiz dela um amigo.

—Agora ela é ÚNICA no mundo.

—Sois belas, mas vazias... A minha rosa sozinha é mais importante que vós todas.

—Foi dela que eu cuidei, ela é a minha rosa!

—Adeus, disse ele.

— Adeus, disse a raposa.

—Eis o meu segredo: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Foi o

tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.

Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

TU ÉS RESPONSÁVEL PELA ROSA...

— Sou responsável pela minha rosa...repetiu ele a fim de se lembrar...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Iludindo o coração e terceiros


Choros e lagrimas nos rostos. E já não se sabe mais ao certo o que é certo.
O que se sabe ao certo é que caimos sozinhos na ilusão de que o impossivel se tornou viável.
Mas o amor não é ilusão. Muito menos um exagero romântico: O amor é algo real e dolorido sempre ao cair em realidade.
Não é uma ferida aberta, nem um sentimento sofrido: Nem por toda dor se sofre, mas em toda dor se aprende.
Se aprende a respeitar, a escutar, a analisar friamente com o calor da paixão aquecendo a utopia do amor perfeito. Nos faz enxergar a verdade por trás da auto enganação.
A verdade é que andamos em linhas tortuosas e esperamos sempre a linearidade quando nem mesmo nós conseguimos ser lineares.
Por que ainda insistimos em idealizar algumas coisas ?!
Na utopia do amor perfeito não existem defeitos. O "american dream" dos relacionamentos não permite crises, más fases e adequações. Somos o sonho condensado do ideal conjugal aos olhos de terceiros e quartos.
Mas no fundo, como você se sente ?!
Está solto e espontaneo como é em casa, ou medindo palavras para manter seu amor perfeito ?!
Começamos a ter problemas quando temos que mudar por alguém. A palavra adequar deve soar como aceitar, e não como mudança de personalidade por outrem.
O amor "perfeito" não é perfeito e nem cheio de acertos. Não liga para aparências e status. Muito menos para a ética alheia sobre como deve ser um relacionamento.
Tem a ver com aceitar, confiar, compartilhar, sanar os anseios e dividir as alegrias.
É tão difícil assim ser assim com alguém ?!
Enquanto tentamos mudanças mirabolantes, a resposta está na simplicidade de sermos apenas nós mesmos e aceitarmos quem as pessoas são.
Não é preciso derramar lágrimas de decepção e nem de tristeza se soubermos que o melhor sempre nos convém da forma correta pela forma imaginada errada.
É preciso sim, muita sabedoria e maturidade para aceitar os outros, e muita paciência para que os outros aceitem sem a obrigação de aceitar.
Ainda vamos ver rios de lagrimas cairem e passarem pelo vale do medo e da ilusão dos nossos sentimentos utópicos e mesquinhos, para desembocar no mar do ideal alheio e sumir no oceano da mentira.

exclui esta parte do texto, pois não gostei do que estava falando:
A verdade é que Amar alguém nunca foi fácil, nunca vai ser o ideal, mas sempre vai ser uma realidade. O amor está sempre aqui, e quando não amamos alguém estamos concentrados em amar outra coisa. Um sonho, um objetivo, uma idéia. Ele exige dedicação. Ele exige doação.
O amor,infelizmente ou felizmente, ainda não tem fórmula.A constância também não. A exatidão do sentimento é precisa como o prenúncio de um terremoto, e de exemplos de terremotos bem anunciados estamos cheios nestes ultimos tempos.
Falando em tempo, tem também quem diga que o amor é quem apaga o tempo, e quem diga que o tempo apaga o amor. Na verdade ou vc concorda com um ou vc concorda com os dois.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Feel free..or not


Liberdade.......
Essa palavra remete a vitória da vontade própria diante da vontade alheia. Graças a essa palavra, trilhamos nosso próprio caminho, fazemos nossas próprias escolhas e sofremos nossas próprias consequências.
Não confundam liberdade com irresponsabilidade. É nessa confusão que a palavra se perde em filosofia.
Liberdade não é algo palpável que se pode guardar dentro de uma caixinha de baixo da cama e se considerar livre. É justamente o oposto. É algo que se sente, que se vive e que se guarda no coração. É não condicionar a alguma coisa a sua escolha e expressão.
Tem gente que acha que liberdade tem a ver com vandalismo e desrespeito!
Essas pessoas não entendem que o maior vandalismo do mundo é o de vivermos reprimidos, e o maior desrespeito do mundo é quando deixamos de fazer nossa vontade por uma vontade "Maior".
Maior entre aspas pois ninguém é maior que você!
Se a sociedade gosta de hierarquias, por que eu tenho que gostar?! Seu chefe, sua mãe e seu irmão mais velho não são melhores que você.
Não estou dizendo que você não deve respeito a essas pessoas. Elas fundamentalmente fizeram você estar onde está hoje. Mas elas não podem definir sua vida por você.
Se você toma decisões refletindo as intenções de seus "superiores", sofrerá as consequências SOZINHO. E SOZINHO terá que encontrar soluções dos problemas que isso gerou.
Não estou fazendo analogias ao anarquismo, a qualquer movimento de libertação ou ao movimento punk. Estou dizendo que você deve se sentir livre para fazer o q quiser, e ter plena consciência de que todas as consequencias serão suas...e somente suas.

Texto escrito por Leco em um folheto publicitário do banco enquanto esperava para conversar com o gerente.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Insonia

...denovo

Fogo

Me tome por inteiro. Me faça seu por pelo menos uma noite.
Submisso as suas vontades, suprindo seus desejos mais libidinosos. Me jogando no chão e me dominando como uma rainha domina seu súdito.
Quero esquecer o tempo e o espaço. Quero viajar para dentro de ti, e dentro de ti viajar pelo paraíso do teu prazer mais intenso.
Quero tuas garras grudadas nas minhas costas como uma gata assustada por estar nas alturas.
Quero teus ruidos na minha orelha, dizendo besteiras e coisas que são proibidas para menores.
Me prenda ao seu corpo e me deixe fazer parte de ti, do teu gozo, do teu sexo, do seu tesão. Me deixe segura-la para não subir pelas paredes. Prende-la para não voar. Amordaça-la, para os vizinhos não acordarem. Me deixe ama-la para lhe mostrar que juntos somos uma bola de paixão, reprimida pelas controversias do dia dia e pela rotina que limita nossa criatividade.
Quero te levar para as alturas, e nas alturas te deixar nas nuvens.
Quero que você me tome por inteiro para deixar eu te mostrar q posso te deixar completa.